Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Manifesto de entidades e sociedade questiona o PPCUB

Quinta, 17 de outubro de 2013




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MANIFESTO À AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PPCUB


17 de outubro de 2013


O PPCUB está em vias de ser transformado em lei sem que a população conheça seu conteúdo e seja suficientemente informada sobre seus efeitos.

Na verdade, o atual projeto do PPCUB trata menos da preservação das características que elevaram o Plano Piloto ao patamar de Patrimônio Cultural da Humanidade do que de criar mais facilidades para a produção imobiliária na região mais cobiçada pela indústria da construção civil no território do Distrito Federal.

As normas relativas à preservação foram isoladas em inócuas declarações de princípios, sem nenhuma efetividade legal, deixando-se os artigos mais eficazes para a promoção das alterações de interesse de segmentos econômicos.

Essa deformação não apenas se afasta da idéia essencial de atender às demandas sociais e culturais da atualidade sem prejuízo da concepção urbanística original, como também acentua os problemas que a concentração de atividades na área tombada provoca.

Ao estimular adensamentos e até promover loteamentos em áreas livres do Plano Piloto, o PPCUB contribui para agravar a concentração excessiva da oferta de empregos e da circulação de veículos, pessoas e cargas na região central, em prejuízo dos demais núcleos urbanos do Distrito Federal.

Dentre outros graves problemas desse projeto de lei, podem ser destacados os seguintes:

1.     Loteamento da porção oeste do Eixo Monumental permitindo usos questionáveis como, por exemplo, Centros de Treinamento;

2.     Privatização por meio de concessão pública de lotes da unidade de vizinhança destinados a Escolas e equipamentos públicos dentro das Superquadras e nas Entrequadras;

3.     Transformação de clubes em hotéis na orla do Lago Paranoá que darão lugar a condomínios residenciais fechados com o metro quadrado mais caro de Brasília;

4.     Não há ações concretas para viabilizar e requalificar o acesso público à orla do Lago Paranoá;

5.     Permite a alteração de grandes áreas de forma vaga sem estabelecer parâmetros o que resulta em um cheque em branco para a cidade ser planejada posteriormente por decretos;

6.     Não atende às recomendações da UNESCO de criar uma gestão compartilhada, instância única de preservação em contato estrito com o IPHAN. Ao contrário cria mais instâncias de conselhos e câmaras técnicas, complicando as decisões estratégicas;

7.     Não estabelece parâmetros para a 901 norte, desconhecendo os pareceres do IPHAN que já se posicionaram quanto às normas ali condizentes;

8.     O GDF ignora, desde início de 2012, a Recomendação 36 da Missão da UNESCO que solicitou a paralisação do PPCUB e sua revisão por comissão com presença da UnB, Iphan, IAB, Icomos e sociedade civil.

Por fim, e talvez o mais importante (porque dificulta a compreensão sobre as graves alterações propostas), o PPCUB não apresenta nem ao menos uma tabela comparativa entre a situação atual e aquela que resultaria das alterações de uso e de gabarito constantes do projeto de lei.

Por isso, as entidades e pessoas físicas abaixo assinadas reivindicam a paralisação na tramitação do presente Projeto de Lei Complementar que permita um debate sério e público esclarecendo os porquês e intenções acerca de tantas mudanças que ferem e ameaçam a preservação e a qualidade de vida de nossa cidade.

IAB-DF – Instituto de Arquitetos do Brasil departamento Distrito Federal

Sinarq-DF – Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal

IHG-DF – Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB

CAU/UCB – Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Brasília

CAFAU – Centro Acadêmico da FAU/UnB

Associação Civil Rodas da PAZ

ICOMOS/BRASIL – Conselho Internacional de Monumentos e Sítios

Conselho Comunitário da Asa Sul

Movimento Urbanistas por Brasília

Henrique Oswaldo de Andrade – Produtor Cultural

Profº e Arq. Benny Schvarsberg – conselheiro do CONPLAN – representante da UnB

Arqº Paulo Henrique Paranhos – conselheiro do CONPLAN – representante do IAB-DF


Arqº Alberto de Faria – conselheiro do CONPLAN – representante do CAU/DF

AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PPCUB
17 de outubro às 9h30 no auditório da Câmara Legislativa


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