Quinta, 9 de outubro de 2014
Na prática, o PT e o PSDB são idênticos. A tese do "mal maior" não se aplica.
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Do Blog do Tsavkko
Por Raphael Tsavkko Garcia
*Este texto é uma
atualização e ampliação do "Mal maior": O petismo saindo do armário (de novo e outra vez)
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Não se vota no menos
pior, busca-se construir alternativas. Voto deve ou deveria ser algo
consciente, feito com a intenção de melhorar o país e não na base do medo, na
base do "não tem tu, vai tu mesmo".
Se não há uma opção
viável, temos de nos preparar para a luta contra quem quer que vença e não
FAZER CAMPANHA para alguém ruim apenas pelo medo de outros.
Nós não temos que
escolher quem será nosso algoz. Temos de lutar contra quem quer que o encarne.
Claro, podemos
entender o papo do "mal maior" se estivéssemos, por exemplo, frente
ao perigo de uma Frente Nacional ou algum partido abertamente fascista ou
neonazista vencer. Não é o caso. Oras, Bolsonaro, um legítimo fascista é
inclusive da base do PT (pode odiar o partido, votar contra, mas continua sendo
do PP, da base aliada)! Há fascistas para todos os gostos e em todos os lados.
Genocídio indígena,
aliança carnal com ruralistas, com evangélicos fundamentalistas (Dilma chegou a
revogar decreto regulando o aborto apenas por exigência dos fundamentalistas
aliados, sem falar nos programas do Ministério da Saúde que Padilha cancelou
pela mesma razão), cooptação de movimentos sociais, brutalidade nas ruas e, é
sempre bom lembrar, com uma militância (sic) fanatizada nas redes.
Na prática, o PT e o
PSDB são idênticos. A tese do "mal maior" não se aplica.
Se por um lado o PSDB
é mais feroz nas privatizações (ainda que o PT também privatize), por outro o
PT é voraz na cooptação e criminalização de lutas sociais. Dilma assentou MENOS
que FHC. Demarcou MENOS que FHC. E FHC é um canalha que dispensa comentários,
quem viveu durante seu governo sabe bem o que digo.
Se por um lado o PSDB
é visto de forma mais simpática pela mídia comercial (apesar de ser hoje o PT
quem a financia), o PT tem sua mídia pessoal, tem seus
"progressistas" e sua "militância" virtual absolutamente
fanatizada.
Agora, é fato que
cada pessoa tem formas diferentes de pensar e ver o mundo, até compreendo quem
chegue na urna e, num momento de desespero, faça sua escolha e vote em Dilma.
Mas fazer campanha? Tentar convencer outros de que um dos governos mais
lamentáveis dos últimos tempos é bom?
É muita falta de
noção e de coerência.
Cadafalso, pelotão de
fuzilamento ou guilhotina. Faz diferença? É uma falsa opção, vamos morrer
de maneira horrível de qualquer forma. Nos cabe denunciar a situação e buscar
construir alternativas e não ficar eternamente sustentando uma delas porque
enquanto existir essa sustentação esse partido e esse candidato não irá ver razão
para repensar como faz as coisas. O PT SABE que muita gente acaba votando nele,
não importa o que façam, pela tese do "mal maior".
É exatamente este o
grande problema. Votar no PT em segundo turno apenas o faz se acomodar. Porque
mudar, porque fazer autocrítica se na hora do "vamos ver" o pessoal
vai votar no PT de qualquer forma? O PSDB será eternamente o "mal
maior" e o PT não importa o quão enfiado na direita esteja será sempre a
opção.
Que me desculpem, mas
vocês estão dando carta branca para o PT continuar a ir para a direita sem
culpa, sem preocupações. Não adianta falar que vai votar criticamente, o que
importa pro PT é teu voto, mais um número, e não o que você pensa ou deixa de
pensar nele.
Então porque fariam
qualquer tipo de autocrítica se na hora que importa conseguem os votos?
De que adianta passar
4 anos fazendo oposição para, na hora do voto, apoiar quem você combate ou
combateu?