Domingo, 19 de novembro de 2017
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil*
Milhares
de pessoas participam hoje (19), na Praia de Copacabana, da 22ª edição
da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays , Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Transgêneros) do Rio de Janeiro. Com o lema “Resistindo à
LGBTIfobia, fundamentalismo, todas as formas de opressão e em defesa do
Rio”, a organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris de Cidadania
LGBT, que organiza o evento, definiu e edição deste ano como a parada
da resistência.
“Historicamente, somos uma resistência. O Brasil
não tem uma política pública de fato para a população LGBT. A homofobia é
um fato. Praticamente a cada dia morre um homossexual vítima de
homofobia no país. Se existimos, de alguma forma, é uma resistência”,
disse o presidente do Grupo Arco-Íris, Almir França. De acordo com ele, a
expectativa é reunir até 1 milhão de pessoas no evento. A Polícia
Militar não divulgou estimativa de público.
Segundo os
organizadores, a parada leva para as ruas pessoas que lutam por direitos
iguais, que combatem a intolerância, o preconceito e o ódio, dando voz a
quem viveu muito tempo à margem da sociedade.
De cadeiras de
rodas por causa de um acidente vascular cerebral, Silvina Correa
Fernandes, de 87 anos, foi assistir à parada levada pelo filho Osvaldo
Araújo, de 52 anos, e seu marido André, com quem está casado há 26 anos.
“Eu sempre venho, eu gosto. Tem que apoiar, né? Meu filho é uma
maravilha”, disse Silvina.
Segundo Araújo, sua mãe sempre o
apoiou e fica feliz em participar do evento. “A parada é importante para
mostrar que todos somos iguais. Não tem diferença. Trabalho, pago meus
impostos, tenho direito como qualquer outra pessoa”, contou o professor.
Acompanhada
do marido, a psicóloga Mônica Ribeiro, de 46 anos, disse ser importante
que a sociedade civil esteja presente na parada. “É importante esse
tipo de ocupação, esse tipo de resistência. Apoio qualquer tipo de
diversidade, as diferenças. Sou completamente a favor da diversidade,
cada um tem direito de amar quem quiser”.
Este ano, houve
incerteza sobre a realização da parada por falta de recursos financeiros
para viabilizar trios elétricos e atrações artísticas. Pela primeira
vez, a parada não recebeu nenhum aporte da prefeitura do Rio, que alegou
problemas financeiros. O evento foi viabilizado com patrocínio de
empresas privadas em troca de renúncia fiscal. Segundo os organizadores,
os R$ 300 mil arrecadados são metade do valor ideal e, por isso, a
parada teve menos trios elétricos. Os cantores aceitaram abrir mão do
cachê para participar do evento.