Quarta, 8 de outubro de 2014
Do MPDFT
Foram apresentados, na manhã de hoje, dia 8, os dados do
estudo Análise de criminologia ambiental dos sinistros de trânsito com
vítima fatal no Distrito Federal. A pesquisa traça um panorama dos
acidentes de trânsito no DF e é resultado de um termo de cooperação assinado,
em 2013, entre o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e
a Fundação de Peritos em Criminalística Ilaraine Acácio Arce (FPCIAA).
O estudo, conduzido pelos peritos Juliano Gomes e Bruno
Telles, analisou os 391 acidentes com vítimas fatais acontecidos em 2012. Foram
compiladas informações sobre horário, local, velocidade permitida da via, sexo
da vítima e do condutor e uso de álcool ou drogas ilícitas. As ocorrências
foram divididas em dois tipos: atropelamentos e colisões.
Os dados sugerem, segundo os pesquisadores, que
intervenções relativamente simples podem reduzir em até 25% o número de mortes
no trânsito no Distrito Federal. A instalação de barreiras eletrônicas, a
construção de barreiras físicas nos canteiros centrais, a retificação de vias e
a mudança de pontos de ônibus são algumas das soluções propostas.
Números
Das vítimas de atropelamento, 77% eram homens e 57% haviam
usado álcool. Dos que haviam ingerido bebida alcoólica, 90% eram homens. A
maioria dos atropelamentos aconteceu entre as 8h e as 10h e entre as 20h e as
22h. Em 61% dos atropelamentos fatais, a morte foi causada por politraumatismo.
Nas rodovias, 70% dos atropelamentos aconteceram a até 50 metros de um ponto de
ônibus. Nos locais em que há passarelas, ao contrário, não foram registradas vítimas
de atropelamentos em um raio de até 250 metros.
No caso das colisões, foi constatado que 45% dos acidentes
com vítimas aconteceram nos finais de semana. Nos dias úteis, as ocorrências se
concentraram principalmente entre as 6h e as 8h e entre as 18h e as 20h. Aos
sábados e domingos, os horários de pico são a madrugada e o fim da tarde. A
maioria dos condutores tinha entre 30 e 40 anos. Em 40% dos casos, a velocidade
no instante da colisão era superior à máxima permitida. Mais da metade dos
acidentes aconteceu porque os motoristas perderam o controle do veículo ou
desviaram a atenção do tráfego.
A promotora de Justiça de Delitos de Trânsito Laura
Beatriz Rito acredita que os dados da pesquisa são fundamentais para a redução
da mortalidade no trânsito. “Nunca foi feito um trabalho com essa profundidade
no DF”, explica. Para o promotor Rodrigo de Magalhães Rosa, também da
Promotoria de Justiça de Delitos de Trânsito, esse tipo de parceria traz benefícios
para toda a sociedade. “O Ministério Público está sempre aberto para ações como
essa”, afirma.
Também participaram da apresentação representantes da
Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, do Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios, da Polícia Militar do Distrito Federal, do Departamento de
Trânsito do Distrito Federal, do Departamento de Estradas de Rodagem do
Distrito Federal e do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.