Quarta, 8 de outubro de 2014
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Por maioria absoluta de votos [15 a 2], a Executiva do
PSOL decidiu liberar seus filiados e não apoiar qualquer candidatura no segundo
turno das eleições presidenciais.
Mesmo sem declarar apoio à candidata do PT à reeleição,
Dilma Rousseff, o partido vai recomendar aos militantes que não votem no
candidato do PSDB, Aécio Neves. "Não é cabível qualquer apoio de nossos
filiados à sua candidatura", diz documento do PSOL sobre o tucano.
“O partido não está se posicionando em favor de nenhuma
candidatura, mas é contra a de Aécio”, afirmou Luciana Genro, que disputou a
Presidência da República pelo PSOL e ficou em quarto lugar, com mais de 1,6
milhão de votos. Em entrevista na tarde de hoje (8), Luciana disse que não é
uma posição totalmente neutra, porque, embora não se alinhe a qualquer dessas
opções, nega o voto em Aécio.
A ex-deputada gaúcha acrescentou que, em respeito à
posição do partido, não vai declarar de que forma pretende votar no segundo
turno: se em Dilma, branco ou nulo. Segundo Luciana, os militantes e eleitores
do PSOL deverão votar nulo ou em Dilma, mas o partido não se manifestará.
"Isso será decisão de cada um." Para ela, o PSOL não tem nada em
comum com Aécio Neves, "que representa um retrocesso". Por isso,
considera a neutralidade necessária.
Segundo o presidente do partido, Luiz Araújo, o PT não fez
contato com o PSOL para pedir ou negociar apoio para o segundo turno. “Faz
tempo que não conversamos com o PT”, disse Araújo, na entrevista. De acordo com
Luciana Genro, o PSOL pretende continuar na oposição aos dois partidos e não
pretende abrir negociação com o PT.
Sobre a possibilidade de voltar a disputar a Presidência
da República, em 2018, a ex-deputada disse que está à disposição do partido
para qualquer missão. "Vou continuar a minha atividade política e, se for
chamada em 2018 para ser candidata à Presidência, assumirei essa tarefa com
muita alegria”, afirmou.