Outubro
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Eu vi ele e vi que ele me via
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Eu vi ele e vi que ele me via
Em 1967, quando Che Guevara jazia
na escola de La Higuera, assassinado por ordem dos generais bolivianos e por
seu mandantes distantes, uma mulher contou o que havia visto. Ela era uma a
mais, camponesa entre muitos camponeses que entraram na escola e caminharam,
lentamente, ao redor do morto:
— A gente passava por ali e ele olhava para a gente —disse— A gente
passava e ele olhava. Ele sempre olhava para a gente. Era muito simpático.
Outubro
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Os três
Em 1967, mil e setecentos soldados
encurralaram Che Guevara e seus pouquinhos guerrilheiros na Bolíviia, na
Quebrada de Yuro. Che, prisioneiro, foi assassinado no dia seguinte.
Em 1919, Emiliano Zapata tinha
sido crivado de balas no México.
Em 1934, mataram Augusto César
Sandino na Nicarágua.
Os três tinham a mesma idade,
estava a ponto de fazer quarenta anos.
Os três caíram a tiros, a traição,
em emboscadas.
Os três, latino-americanos do século
XX, compartilharam o mapa e o tempo. E os três foram castigados por se
negarem a repetir a história.
Eduardo
Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário
histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2012, páginas 320
e 321.
Comandante Che Guevara — Silvio Rodriguez
Che Guevara na ONU
Balderrama — Mercedes Sosa